Conferência, Rita Frutuoso, Fusão – 08 de Março de 2018

Rita Frutuoso

Rita Frutuoso, natural de Leiria é licenciada em Design e Tecnologias para a Cerâmica e Mestre em Design do Produto pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha do Instituto Politécnico de Leiria (ESAD.CR – IPLEIRIA).
É desde há cerca de 10 anos, Técnica Superior da ESAD.CR-IPL, desempenhando funções como responsável pelo espaço oficinal de cerâmica, gesso e vidro desta escola.
Paralelamente à sua atividade profissional tem desenvolvido o seu percurso criativo. Participou em vários concursos, tendo representado Portugal na categoria de “New Talent” na bienal de cerâmica da Dinamarca em 2010. A sua formação complementar inclui experiências internacionais, nomeadamente em 2011 na Hungria realizou um Mastercours – Sound and Form com Maria Geszler no Internacional Cerâmic Studio de Kecskemét, e em 2012 realizou o Course – Jewelry in Porcelain com Luca Tripaldi em La Meridiana na Tuscany (Italy). Integrou, ainda, em 2016, na colecção pública de design contemporâneo em cerâmica, intitulada “Primeira Escolha”, com curadoria de Fernando Brízio.

 

Fusão

Entre a Cerâmica e a Culinária existem inúmeras analogias, desde o simples gesto de amassar o barro, semelhante à forma como se amassa o pão, ao ato de desenformar uma peça cerâmica, como quem retira da forma um bolo, ou, ainda, atingir a consistência de determinada pasta cerâmica que se comporta como um delicioso creme. Estas comparações não só se verificam nas acções e gestos, mas também nos instrumentos usados, como é o exemplo da utilização de um simples rolo da massa.
Como resultados destas analogias podem ser criados novos objectos/experiência, onde são usadas estratégias semelhantes de construção em que as matérias cerâmicas e alimentares se confundem, provocando situações de interação inesperadas.
O conjunto de texturas de cerâmica e bolacha fazem uso do mesmo processo de conformação, a pasta cerâmica e a massa de bolacha fundem-se de modo contíguo resultando num objeto único.
Nas peças intituladas de “restauro comestível”, o enchimento por via líquida, comum na cerâmica e na culinária, é a técnica usada na conformação do objeto a partir dos dois materiais, cerâmica e chocolate, que se complementam.
O objeto cerâmico “decoração solúvel”, decorado com chocolate, torna efémeros os seus elementos decorativos, quando, ao usar um liquido quente estes se diluem, alterando o sabor e a cor da bebida.
Um “vidrado comestível” é uma cobertura de aspeto vítreo, impermeável, translúcida ou colorida que pode ter ou não brilho, e é usada na culinária ou na cerâmica. Usando esta semelhança, este objeto reveste-se de um vidrado cerâmico transparente brilhante, e o seu topo é colorido com gelatina. Contudo, nesta analogia confunde-se o que é realmente um vidrado, e se este se pode ou não comer.

 

Conferência – 8 de Março

Vídeo – (aqui)

 

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