Estudo químico e tecnológico sobre a cerâmica portuguesa moderna

 

Paul Charles Lepierre (12.11.1867 – 17.12.1945) foi um engenheiro químico e professor francês. Estudou na École de physique et de chimie Industrielles de Paris entre 1884-87, tendo recebido o diploma de engenheiro químico. Em 1888, veio para Portugal como Chefe de Trabalhos de Química da Escola Politécnica de Lisboa e como Preparador de Indústrias Químicas do Instituto Industrial de Lisboa. Em 1889, mudou-se para Coimbra, onde lecionou na Escola Industrial de Coimbra (Química, 1889-91) e na Universidade de Coimbra (Engenharia Sanitária, 1904-09), onde trabalhou como preparador e chefe de trabalhos do Laboratório de Microbiologia daquela Universidade (1891-1911), e fundou o primeiro Curso de Química Biológica do nosso país na Universidade de Coimbra (1897-98). Em 1911, foi nomeado professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa, função que desempenhou durante 26 anos. Lecionou Química Tecnológica, Análise Química e Química Orgânica do curso de engenheiro químico e industrial. Jubilou em 1937. Representou Portugal na Exposição Universal de Paris de 1889 e de 1900; no 2º Congresso Internacional de Química Aplicada de Paris de 1896; no 15.º Congresso Internacional de Medicina de Lisboa em 1906; no 8ª Congresso Internacional de Química Aplicada de Nova York de 1912; e no 14º Congresso Internacional de Química Industrial de Paris de 1934. Foi membro da Academia das Ciências de Lisboa (1895), do Instituto de Coimbra, da Société Chimique de France (1888), da Sociedade Farmacêutica Lusitana (1896), e da Académie française. Presidiu a duas sociedades e um instituto, à Société de l’École Française de Lisbonne, à Societé Francaise de Bienfaisance e ao Instituto de Hidrologia de Lisboa, e foi um dos membros fundadores da Sociedade Portuguesa de Química e Física. Obteve inúmeros títulos honoríficos: da Legião de Honra, foi agraciado com Cavaleiro (1919) e Oficial (1927); oficial da Academia (1902); oficial de Instrução Pública (1905); comendador das Ordem de São Tiago de Portugal (1920) e Ordem de Cristo (1928); e Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública (1931).

O autor pretende apresentar o estado atual da industria cerâmica portuguesa. Este estudo resultou do convite da Manufacture nationale de Sèvres de reunir uma coleção dos produtos atuais (à época) das diversas fabricas portuguesas e das “ilhas adjacentes” (i.e. Madeira e Açores), produtos interessantes do ponto de vista da tecnologia cerâmica (as pastas cerâmicas, os vidrados, as decorações, os processos). Juntamente com esta coleção tecnológica, foi efetuado o estudo tecnológico e económico da industria cerâmica e o estudo químico das matérias-primas, nesta obra consagrados. Inclui um artigo sobre a história da cerâmica de Coimbra por A. A. Gonçalves.