Apresentação

É comum ouvirmos dizer que “o povo tem memória curta”. O desconhecimento ou o esquecimento da História está na base da repetição de acontecimentos coletivos que muitos julgavam não ser possível reviver. Este desconhecimento pode estar, também, na essência de atitudes negacionistas em relação a fenómenos que comprometeram ou comprometem a dignidade humana e do ressurgimento de ideologias e comportamentos fundamentalistas.

Reconhecer a real dimensão e impacto de acontecimentos que não vivenciámos pode ser difícil. Os referenciais ideológicos e axiológicos mudam e as pessoas que não passaram por determinadas experiências de vida podem ter dificuldade em entender o que significam para os que foram sujeitos às mesmas.

O acesso fácil a informação, disponível em diversos meios e plataformas, não implica, necessariamente, construção de opiniões fundamentadas ou compreensão da complexidade e da diversidade das experiências humanas. Ouvir os que viveram (em) tempos e espaços diferentes, nomeadamente os mais velhos, pode ser uma forma de suscitar a curiosidade para saber mais, uma oportunidade para entender diferentes pontos de vista, para desenvolver uma consciência crítica, para ser empático.

Há cada vez mais projetos e iniciativas que procuram preservar e disseminar as estórias dos que viveram essas realidades, de forma direta (na primeira pessoa) ou indireta, seja através do cinema e documentário, da literatura, de pesquisas etnográficas, de registos e arquivos históricos, entre outros. Nestas Jornadas, procuramos trazer um pouco dessas estórias e desses registos. Procuramos dar voz a alguns dos protagonistas e a alguns dos que se preocupam em preservar a memória coletiva a partir das memórias individuais.  

O evento decorrerá em formato misto: através da plataforma Zoom (acessível aos oradores) e presencialmente, no auditório 2 da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais. Todos os inscritos poderão assistir aos trabalhos através do Youtube:

https://www.youtube.com/@ESECSPolitecnicodeLeiria