Membros

   A Instituna é constituída por Fundadores, Veteranos, InstiTunos, Tunos e Carregas. Todos os membros usam traje académico de Leiria com a exepção dos Carregas, que usam um traje específico, pois estes, serão os futuros InstiTunos se bem o merecerem.

O Traje de Carrega

   O traje de carrega não é um traje académico. Goza de especificidade de um Grupo chamado Instituna, e não representa o traje Académico de Leiria. Representa sim um recém-chegado universitário que, não podendo ostentar um traje académico, quer pelas regras e hierarquia da Academia, quer pelas regras e hierarquia da Instituna, esta última o deixa acompanhar nas actividades da mesma, dando uma oportunidade às pessoas de aprenderem no terreno, subindo aos palcos, tocando, vivenciando festivais, actuações e demais representações exteriores e/ou em casa, sendo moldado consoante os valores e posturas que se coadunem com um Instituno e como digno representante da Academia de Leiria, in loco e dentro dos trâmites da coerência da imagem, sendo por isso, o traje de carrega um misto de prémio e teste para quem toma a decisão de o envergar, ciente das suas obrigações e direitos.

   Em questão de imagem, a Instituna tinha uma lacuna que estava pendente: o “pijama” do traje de carrega. Pese embora o facto de os caloiros sempre terem usado “pijamas” desde a sua fundação, numa reunião de Direcção em meados de 2006/2007 chegou-se à conclusão que esta indumentária não se coaduna com a imagem nem de um estudante Universitário, nem de sobriedade do trabalho que se queria desenvolver, nem da Instituna, nem tão pouco de um Politécnico que se queria de imagem renovada, de vanguarda, e numa ponte sóbria entre tradição e futuro. Convenhamos que não era benéfico tocar nos melhores e maiores Teatros e Palcos do País e do Mundo como aconteceu, perante diferentes públicos onde, por muito que a Instituna tocasse bem, a imagem dos pijamas “com 10 anos cobertos de vinho, porque era a tradição”, prejudicava a Tuna em questão de imagem. Não foi bom tocar 3 vezes para o Presidente da República, quer para o Dr. Mário Soares quer para o Dr. Jorge Sampaio, entre muitos outros ilustres, e os caloiros cumprimentarem as entidades de pijama cheios de manchas de vinho, rotos da “tradição e peso da história”.

   Neste sentido a Instituna renovou o traje, como o fez em 3 ocasiões no passado, desta feita no sentido de homogeneizar a imagem entre as diversas hierarquias da Tuna: Carregas, Caloiros, Tunos e Veteranos. Fê-lo, como em todas as ocasiões anteriores, de maneira ponderada, argumentada e procurando uma justificação da tradição e antiguidade. Desta feita, decidiu, implementou e informou quem de direito acerca das alterações efectuadas.

   As alterações efectuadas consistiram na mudança do tradicional pijama, cujos exemplares fazem parte da História e estão guardados como património físico, relíquia e deleite dos mais antigos, pelo denominado “traje de carrega” que consiste nas seguintes peças obrigatórias:

– Meia branca até ao joelho;
– Calção preto;
– Cinto preto com o emblema da Instituna, com o emblema da terra de onde o carrega é oriundo, e emblemas das terras de origem dos carregas anteriores que ostentaram esse cinto (que é passado de geração em geração);
– Camisa branca do traje, como único elemento de ligação ao Politécnico de Leiria, que nunca poderá estar visível a não ser debaixo do pólo preto de manga comprida;
– Pólo preto de manga comprida identificativo da Instituna, contendo o seu Brazão nas costas.

   Não se definiram regras quanto ao calçado devido ao facto de a posição de carrega ter inerente à mesma tarefas logísticas diversas e por tempo indeterminado, consoante as necessidades da Tuna, dos espectáculos a montar, etc, permitindo ao carrega o uso de calçado confortável. Teve-se também em atenção o factor custo, não fazia sentido “obrigar” os carregas a comprar sapatos de traje quando entram para a tuna, por diversas razões:

– Não é estético as mulheres usarem os sapatos de salto com meias brancas;
– Não é ergonómico carregar durante algumas horas com sapatos de salto para as mulheres, e sapato de tacão para os homens;
– Desgaste despropositado de sapatos novos nas actividades físicas dos carregas, em trabalhos junto ao solo;

   O porquê da escolha destas peças? A Instituna foi buscar à origem do fenómeno tunante a razão. Se a escolha do Traje Académico de Leiria tem em cada peça a sua identificação com os costumes locais e regionais, a peça do traje de carrega teve como influência não só o seu Politécnico, como o traje da Tuna no seu sentido tradicional na sua origem: Espanha. Não podia ser de outra maneira segundo a nossa visão, por uma questão de coerência e tributo. O início da vida de Tuno começa como carrega, e deverá começar bebendo a tradição na sua origem, envergando o traje dos antigos “Sopistas e Trovadores” que numa antiguidade secular formaram os Tunos e as primeiras Tunas do Mundo, as Tunas Espanholas, algumas com mais de 200 anos de história. Em Espanha as únicas pessoas que envergam o traje académico são as Tunas. Nenhum estudante Universitário tem autorização para envergar um traje académico da sua cidade se não pertencer à Tuna da sua Faculdade/Cidade/Distrito Universitário, para se ter a noção do peso da Tuna no País vizinho, peso este que por cá também já se teve no passado, não chegando ao extremo da exclusividade do uso do traje académico, obviamente. Este traje espanhol, que está difundido no Mundo, nas Tunas Holandesas, Francesas, Sul Americanas, Centro Americanas e Portuguesas, é composto pelas seguintes peças:

– Meia até ao joelho;
– Calção em balão feito de veludo;
– Camisa do traje branca, com as insígnias da sua Faculdade/Cidade/Distrito Universitário;
– Jaqueta de veludo da cor do calção, com mangas em balão;
– Uma Beca da cor da sua Tuna, com o nome gravado em linho;
– Sapato preto;
– Capa.

   Como foi referido, a Instituna foi buscar esta difusão por uma questão de tributo à origem. Origem por respeito à tradição e pelo facto de ter sido apadrinhada em meados de 1993 por uma Tuna Espanhola que se encontra extinta há mais de uma década infelizmente, da qual os fundadores beberam os verdadeiros valores tunantes e necessários para a fundação e sentido de uma Tuna em Leiria, criando laços para a sua desde cedo Internacionalização. Esta influência foi importantíssima para a fundação da Instituna como Tuna Académica com todas as suas vertentes, sentidos e metas, e não como outro grupo musical do tipo Coral, Escuteiros, Banda Filarmónica ou Orquestra de Cordas do Politécnico de Leiria. Ser Tuna é diferente e responde a conceitos e regras seculares, muito antes de responder a conceitos de uma Academia.

   Neste sentido, a Instituna adoptou a ideia de traje espanhol para os carregas, tendo em atenção diversos factores como o climatérico, não optando pelo uso de materiais em veludo – aproveitando também os conselhos e a experiência de uma aposta feita num traje com esse material por parte de um Grupo extinto de Leiria (Os Trovadores do Liz) que actuavam com o traje espanhol em veludo e que se mostrava extremamente quente – tendo em atenção a hegemonia do preto e do branco dos padrões do Traje Académico de Leiria, razão pela qual as meias são brancas e o resto do traje é preto, tendo em atenção também o tributo e homenagem que se quis fazer ao Politécnico, usando por baixo do pólo da Instituna, a camisa do traje académico – elemento icónico e de representação e tributo a cada casa, como também usado em Espanha pelos Tunos que usam as camisas brancas por baixo com as insígnias da Faculdade/Cidade/Distrito Universitário – que só poderá ser visível no momento em que estes elementos passem a caloiros e possam envergar o traje completo. Foi no entanto ressalvada uma condição: não é possível que um carrega vista o traje académico antes de ser baptizado formalmente na Academia de Leiria. Normalmente o que acontece é que um carrega passa bem mais tempo como carrega da Instituna do que como caloiro da Academia de Leiria. É muito raro o que consegue passar a caloiro da tuna desde Setembro até Março/Abril altura do baptismo. Já aconteceu foi um carrega ter passado a caloiro e continuar a usar o traje de carrega por não ter comprado ainda o traje académico.