Projetos/Oficinas

Sob o mesmo céu Sob o mesmo Céu é um projeto apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian através da iniciativa PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social e promovido pela InPulsar – Associação para o Desenvolvimento Comunitário. Com a duração de 3 anos (janeiro de 2019 a dezembro de 2021), dirige-se a 40 crianças/jovens, com idades compreendidas entre os 7 e os 15 anos de idade residentes na Urbanização Quinta do Alçada, União de Freguesias de Marrazes e Barosa, Leiria. É um projeto complementar ao Redes na Quint@ – E6G. Sob o mesmo Céu é um projeto focado na comunidade que que visa ampliar políticas de desenvolvimento social e de atuação no espaço público, procurando repensar espaços como lugares de encontro, de integração entre as pessoas, de formação e de construção de cidadania. As práticas artísticas multidisciplinares: arquitectura, audiovisual e artes plásticas surgem como veículo de combate aos problemas sociais identificados no território de intervenção. Pretende-se promover as competências sócio emocionais e o sentimento de pertença dos participantes diretos, através de intervenções coletivas no espaço comunitário, baseadas numa prática artística multidisciplinar, tornando-o um espaço participado de e para todos. Uma vez que se trata de uma zona de intervenção situada na periferia da cidade de Leiria e que este espaço está associado a algumas representações sociais negativas; o reforço/realce da identidade multicultural no Bairro irá permitir a existência de uma imagem mais apelativa ao exterior, estabelecendo pontes para o diálogo intercultural. Os participantes diretos serão convidados a discutir questões sobre o território e sobre como o espaço público pode ser aproveitado e de que forma pode ser útil e servir às necessidades da população residente. A partir daqui, as instalações, exposições e obras artísticas produzidas serão pensadas em conjunto, criando um elevado grau de apropriação e desenvolvendo competências pessoais, sociais e emocionais. Sob o mesmo Céu é uma proposta de transformação social/física de um território profundamente descaracterizado, a urbanização Quinta do Alçada, Leiria, tendo como principais intervenientes as crianças e jovens que habitam o lugar. Através de uma prática artística multidisciplinar (Arquitectura, audio-visual, artes plásticas) trabalha-se o sentido crítico e poder transformador da comunidade sobre o sítio que habita, construindo em e para a comunidade. Num lugar onde a população vem de contextos e culturas muito diferentes, potencia-se a multiculturalidade como matéria prima para a experimentação, trabalhando com diversos materiais e processos criativos. Capacitando os intervenientes para pensar e intervir no bairro, fortalece-se o sentimento de pertença a uma comunidade ao mesmo tempo que se processa uma melhoria do espaço comum.
festa campo O “Há Festa no Campo” desenvolveu um modelo de intervenção comunitário e multidisciplinar,um modelo de promoção da participação (assembleias comunitárias), de promoção do empowerment (capacitação) e de promoção da celebração (apresentação comunitária das iniciativas). A intervenção social assumiu uma visão comunitária e local, uma visão integrada e concertada com as parcerias locais, procurando recursos exógenos para a promoção de um modelo de desenvolvimento local sustentável nas suas diferentes dimensões de atuação, permitindo deste modo a mobilização e capacitação das pessoas para a valorização dos recursos e oportunidades económicas, na preservação do ecossistema cultural e ambientaldo contexto onde se insere e na promoção de uma maior coesão social territorial, reduzindo as situações de desigualdade e de injustiça com as comunidades envolvidas.
SAMP É no Estabelecimento Prisional de Leiria Jovens que decorre desde 2014 o ÓPERA NA PRISÃO. Este projeto tem como principal objetivo baixar os níveis de reincidência criminal de jovens reclusos, e em 2018 preparou-se para apresentar mais uma ópera de Mozart, o Così fan tutte. Nesta segunda edição PARTIS o desafio é criar um Centro de Artes Performativas dentro do Estabelecimento Prisional, o Pavilhão Mozart. Será um espaço de criação permanente para todos os que habitam o Estabelecimento Prisional, e aberto à comunidade como mais uma sala de cultura na cidade e região de Leiria. O ÓPERA NA PRISÃO segue um percurso em 3 andamentos. No primeiro ano conhecem-se mutuamente reclusos e músicos do universo da música clássica, trocam entre si experiências e gostos musicais. Segue-se depois a época de ensaiar e apresentar uma verdadeira ópera, já com cantores e orquestra profissionais, na qual também são artistas os familiares dos jovens e alguns profissionais do Estabelecimento Prisional. O terceiro ano de viagem é contudo o mais importante, pois procura-se investir as competências e experiências energizantes do palco e da ópera em novos projetos e novos parceiros, dentro e fora da prisão. Com este objetivo, o projeto contempla a concretização de 3 residências artísticas (dança, teatro e vídeo), tendo já decorrido a residência com a Escola de Dança Clara Leão. O projeto Pavilhão Mozart tem o apoio do Portugal Inovação Social, da Fundação Calouste Gulbenkian (PARTIS) e da Fundação Caixa Agrícola de Leiria
Giro ó Bairro O Giro ó Bairro é uma iniciativa assente num trabalho de continuidade, capacitação e mediação comunitária que visa promover a inclusão social através da educação e da arte de crianças, jovens e famílias do bairro Social da Cova das Faias. Como factor de inovação, o Giro ó Bairro utiliza ainda a música como instrumento facilitador assente numa perspectiva de intervenção artística e promotor da inclusão social, atividade denominada de Giro_orquestra, realizada em parceria com o Orfeão de Leiria | Conservatório de Artes. Trabalhando a nível individual através da aprendizagem de um instrumento e a coesão grupal através da criação de uma orquestra. O projeto Giro ó bairro é financiado pelo programa de Parcerias para o Impacto do Portugal Inovação Social que detêm de 70% da responsabilidade financeira do projeto, no qual a Câmara Municipal de Leiria, como investidor social, detêm de 30%.
Manicómio Ao fim de mais de 20 anos a trabalhar com doentes do Júlio de Matos, reconhecendo-lhes talento e expondo as suas obras ao lado dos grandes nomes da arte contemporânea nacionais e internacionais ou até de realizadores como Emir Kusturica, Sandro Resende e José Azevedo decidiram ultrapassar as barreiras dos muros e das instituições hospitalares num projeto de inovação social a que deram, propositadamente, o nome de Manicómio. O Manicómio afirma-se como uma marca de inovação social que tem como objetivos principais, quebrar o estigma associado à doença mental e promover a empregabilidade. Como primeiro projeto da marca, nasceu o espaço Manicómio no edifício NOW do Beato, dedicado à criação de “arte crua” por artistas com experiência em saúde mental. Na sua primeira fase, o Manicómio arranca com 10 artistas a quem foram criadas condições de trabalho condignas e atribuídas bolsas de estudo com a duração de um ano. Para além dos trabalhos desenvolvidos, estes artistas terão também oportunidade de desenvolver outras ações como dar aulas de desenho, pintura, fotografia e escultura. O espaço Manicómio está inserido num “hub social” e trabalha-se num ambiente “cowork”, entre os artistas e profissionais de várias áreas, havendo também lugar para exposições das obras dos artistas, algumas com mais de 20 anos, que fazem parte de coleções privadas e também um espaço-loja onde se podem comprar peças de autor e outros produtos da marca Manicómio. Para o futuro trabalham-se já parcerias para financiamento e colaborações em áreas distintas como a edição de livros de autor, tecnologia e restauração.
Face to face Numa perspetiva intergeracional, o projeto Face to Face, promovido pelo Orfeão de Leiria | Conservatório de Artes, trabalha com jovens institucionalizadas dos 13 aos 21 anos de idade, residentes num Lar de Infância e Juventude (LIJ), e com os alunas do Conservatório Sénior do Orfeão de Leiria (CSOL), em oficinas de teatro e dança, em que as artes performativas atuam como ferramentas de trabalho para alcançar dois objetivos principais: 1) contribuir para aumentar as competências pessoais, sociais e artísticas de jovens institucionalizadas, através de ações de valorização pessoal e desenvolvimento de práticas artísticas, num contexto intergeracional; 2) contribuir para aumentar o sentimento de bem estar físico, social e mental das pessoas seniores, através do estabelecimento de relações pessoais e sociais e desenvolvimento de laços com jovens institucionalizadas. Além das Oficinas de Artes Performativas, o projeto comtempla a realização de um programa de formação, assente em ações de valorização, desenvolvimento pessoal e mentoria, realizadas de forma individual e em grupo, com vista a contribuir para o desenho de um projeto de vida das beneficiárias diretas do projeto, bem como para desenvolver um trabalho de mentoria entre as alunas do CSOL e as Jovens do LIJ. O trabalho culminará na realização de um espetáculo, a partir do trabalho realizado nas Oficinas de Artes Performativas, com as jovens institucionalizadas e as pessoas seniores, alunas do CSOL. O Projeto Face to Face é financiado pela Fundação Montepio, no âmbito do Programa FACES e tem como parceiros a Câmara Municipal de Leiria, o Centro Social Paroquial Paulo VI – Lar Santa Isabel e o IPDJ de Leiria.
novos ventos NOVOS VENTOS – Festival de Teatro Comunitário é um projeto produzido pelo Leirena Teatro – Companhia de Teatro de Leiria, que visa trabalhar com a população e as várias coletividades. Podem participar ranchos, filarmónicas, instituições escolares, IPSS, grupos amadores de teatro, coros, escuteiros, entre outros. O festival decorre em quatro freguesias do Município de Leiria, sendo realizado uma semana em cada freguesia. No decorrer dessas semanas são produzidos, com a equipa do Leirena Teatro, vários espetáculos teatrais, com as coletividades das freguesias participantes. Os espetáculos criados são apresentados aos domingos, terminando a noite com a apresentação de um espetáculo profissional. Este é um projeto que segue o mesmo conceito de uma residência artística. É um projeto divertido, formativo e cooperativo, no qual todos colaboram para a criação artística, que culmina numa grande festa com as apresentações teatrais comunitárias. Com este encontro pretende-se promover aquilo que deve ser, verdadeiramente, um festival de teatro, no qual toda a comunidade está envolvida.
Photovoice O Photovoice é uma metodologia de fotografia participativa e um método de investigação ação, desenvolvida inicialmente por Wang e Burris (1997). A ideia passa por entregar máquinas fotográficas a pessoas de determinada comunidade (neste caso, mais velhas), para que estas possam expressar, através da imagem, as suas preocupações, problemas e emoções. Durante cerca de 3 meses, os participantes (autonomamente) respondem a desafios e questões com fotografias, trabalhando semanalmente e em grupo os “porquês” das suas escolhas. Pretende-se, neste caso, dar uma nova ferramenta de comunicação a pessoas idosas, e potenciar também que elas pensem sobre si mesmas e que comuniquem as suas verdadeiras realidades, necessidades, angústias e potencialidades. Numa primeira edição, foram 4 os residentes do lar da ADSFAN a participarem na iniciativa [2016]. Pessoas que com mais de 80 anos pegaram pela primeira vez numa máquina fotográfica, aqui, connosco. Segue-se em 2019 uma segunda edição, financiada pelo programa Apoiar, da Fundação ALTICE! Nunca pensei chegar a velho… Nunca pensei vir para aqui… Nunca pensei aprender a tirar retratos com esta idade…! Burro velho não aprende línguas. O nome foi a partir destas ideias escolhido pelos próprios participantes, intitulando assim a primeira exposição do projeto: “Nunca Pensei Ser Artista!” Rosalinda Chaves, Psicóloga, Diretora Técnica e Mestre em Intervenção e Animação Artísticas, é a autora e coordenadora deste projeto.
SOMA O projeto SOMA da Associação de Dança e Desenvolvimento Social de Leiria é um projeto focado nas práticas artísticas inclusivas aliadas à formação especializada. Tem como objetivo fomentar o desenvolvimento das capacidades de cada individuo, promover e reforçar a inclusão social. Disponibilizando aulas semanais de movimento criativo, dança inclusiva, dança expressiva + 55 e promovendo vários espetáculos a nível anual em diferentes espaços da comunidade, o projeto tem, desde 2014, proporcionado a possibilidade de crianças, adultos e idosos com ou sem diversidade funcional desenvolverem competências nas áreas da dança, performance e expressão criativa. De modo a capacitar a comunidade e a manter a qualidade e atualização das práticas o SOMA tem formado terapeutas, técnicos e especialistas nas áreas da dança inclusiva e dança movimento terapia através da dinamização de diversos workshops e formações avançadas na área.
espacoT_Palcos Para a Inclusão O Espaço t, com o projeto “Palcos Para a Inclusão” apresenta até 2020, o trabalho artístico desenvolvido pelos alunos/as do Espaço t, junto de crianças, jovens e adultos em diversas situações de vulnerabilidade social dos concelhos do Porto, Trofa e Maia, residentes em bairros sociais ou habitações sociais, através do envolvimento em manifestações culturais e artísticas que pretendem reforçar a coesão social, o diálogo entre diferentes e estimular o desenvolvimento pessoal e interpessoal, promovendo assim a mudança social. São apresentadas atividades que resultam do trabalho realizado nos ateliês artísticos de teatro, dança, canto, música, fotografia, pintura e Tai Chi, em instituições (escolas, associações, IPSS, coletividades dos bairros sociais) das cidades do Porto, Trofa e Maia. Serão realizadas 5 atividades em cada bairro/território, num total de 300 apresentações, envolvendo cerca de uma centena de instituições parceiras, durante 3 anos. Na cidade do Porto acontecerão 200 ações/apresentações em 40 bairros/territórios (uma média de 5 atividades por bairro social) e as restantes 100 serão apresentadas nas cidades da Trofa e Maia. São apresentadas manifestações artísticas realizadas por alunos do Espaço t tendo como objetivo desenvolver competências artísticas, pessoais e sociais em crianças, jovens e adultos com dificuldades de inserção social melhorando a sua autoestima e o seu autoconceito. Pretende-se contribuir para o combate da discriminação e valorização dos potenciais criativos de cada criança, jovem e adulto independentemente dos seus vulnerabilidades físicas ou psicossociais. Os “Palcos Para a Inclusão” contempla ainda 3 Festivais de Teatro e Dança, um número especial da Revista Espaço Con(tacto) editada em negro, Braille e áudio, dedicada ao projeto e à inclusão social através da arte e o lançamento de um livro que se irá debruçar sobre os resultados alcançados e ao retorno social obtido. O projeto “Palcos Para a Inclusão”, tem como investidores sociais a Domus Social, empresa municipal da Câmara do Porto e a Fundação Belmiro de Azevedo, sendo o restante financiamento assegurado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, no âmbito do instrumento de financiamento gerido pela Portugal Inovação Social. O projeto “Palcos Para a Inclusão” conta ainda com o apoio estratégico e de consultadoria a Fundação Aga Khan.
3 iii O Projeto 3I’S promove a coesão social e a cidadania ativa, assentando numa metodologia participativa, onde o envolvimento de elementos da comunidade cigana foi fundamental, quer na programação das atividades, quer na sua implementação. O trabalho em rede consistiu essencialmente na implementação de medidas com vista à diminuição do absentismo escolar, com particular enfoque no combate ao insucesso e abandono escolar das crianças e jovens residentes nos Bairros Margens do Arunca e São João de Deus, localizados no espaço urbano da cidade de Pombal.
Como significativa mais-valia deste projeto local, foram certificados e integrados quatro facilitadores ciganos, posteriormente contratados pela entidade promotora do projeto (Município) e pela entidade gestora (Adilpom – Associação de Desenvolvimento de Iniciativas Locais de Pombal) no sentido de, não só acompanhar e garantir a assiduidade das crianças e jovens na comparência às aulas, como de intervir junto das respetivas famílias, sensibilizando toda a comunidade para a importância do prosseguimento do percurso escolar dos seus educandos, de forma mais eficaz e adaptada ao projeto de vida de cada um.
Permitiu-se, assim, o acesso de todos os intervenientes a informação e a recursos facilitadores do seu papel no desenvolvimento e potenciação das aprendizagens, nas suas diferentes dimensões e promoveram-se com regularidade, na sede disponibilizada para o projeto (“Casa Amarela”), no espaço escolar, na biblioteca municipal, no teatro-cine, na rua e nos bairros, momentos de partilha de experiências e de debate de ideias à medida da realidade de cada grupo, privilegiando as relações de proximidade e as intervenções dirigidas às problemáticas identificadas pelos diferentes participantes, em contextos formais e informais.
As barreiras encontradas e os principais desafios do projeto, na sua fase inicial, levaram à constatação de uma necessidade emergente de fomentar o trabalho colaborativo como forma de elevar o valor do compromisso, através do efetivo envolvimento e participação da comunidade cigana na definição dos objetivos e planeamento das atividades do projeto, num processo de melhoria contínua. Foi ainda reforçada a articulação com docentes, assistentes operacionais, encarregados de educação e técnicos afetos às equipas multdisciplinares, com o objetivo de implementar práticas diferenciadas no combate ao absentismo e abandono escolar, favorecendo o acesso a processos educativos de qualidade, gerindo expetativas e envolvendo os diferentes atores na promoção do potencial de mudança das famílias e em diversas ações de capacitação.
Com as diferentes intervenções em rede, conseguiu-se, de forma gradual e eficiente, o reforço da autoconfiança, da autoestima e autoconceito dos indivíduos envolvidos, fomentar a participação cidadã com uma perspetiva crítica e co-responsável, bem como aumentar a capacidade de identificação e de resolução de problemas na comunidade em geral.
Em termos globais, trata-se de uma experiência com resultados positivos, nomeadamente no que diz respeito ao reconhecimento da mais-valia da participação cívica das minorias na vida da cidade e do concelho, através da formação e envolvimento de facilitadores (mediadores), tendo contribuído para o desenvolvimento de projetos integrados e intergeracionais, em parceria com a comunidade.