Medida

Medir é um processo da matemática e de outras ciências embora tenhas as suas raízes nas experiências do dia-a-dia. Na sua forma mais simples é a atribuição de um valor numérico a um atributo ou característica de um objecto. Reconhecer os atributos passíveis de serem medidos é o ponto de partida para o estudo da medida.

Às crianças mais jovens devem ser dadas oportunidades de, manipulando objectos físicos, identificarem esses atributos. Sobre uma bola, por exemplo, uma criança poderá dizer que é redonda, que é grande, que é de borracha, que é leve, que é azul.

Apenas alguns daqueles atributos são passíveis de serem medidos. Serão apenas os que permitem uma quantificação, uma ordenação ou comparação. Deve ser dada a oportunidade aos alunos de resolverem problemas que envolvam distância, área, volume e outras propriedades quantificáveis. Os alunos devem ser guiados a desenvolver, compreender e aplicar fórmulas importantes para medir comprimento, área e volume de figuras seleccionadas.

 

Comprimento
O comprimento é um dos primeiros atributos de medição descobertos pelas crianças.As experiências de medição de comprimentos devem iniciar-se através de comparações directas (qual é mais comprido, qual é mais baixo…) e passar por uma fase de utilização de unidades não padronizadas para só mais tarde se iniciar o trabalho com as unidades padronizadas (metro e seus múltiplos e submúltiplos). Nas unidades não padronizadas é importante começar com uma unidade que pareça unidimensional, como o cordel e só depois utilizar o clip, o pé ou o palmo, porque estas ocupam uma certa superfície e podem gerar alguma confusão.
Do mesmo modo, é importante que, em todos os anos de escolaridade, aproveitando situações do quotidiano, os alunos manipulem materiais concretos, antes de serem confrontados com as suas representações e, posteriormente, trabalharem de um modo mais simbólico. A estimação de comprimentos, utilizando diferentes unidades de medida (padronizadas ou não), pela sua ligação ao mundo real, constitui um aspecto que deve ser valorizado.
algumas tarefas…   O Homem Mais Alto do Mundo

Área
O conceito de área é um conceito complexo que se vai desenvolvendo lentamente ao longo da escolaridade. Os alunos necessitam de muitas experiências de manipulação de materiais e do confronto com situações problemáticas reais, durante o seu percurso de construção deste conceito.
As experiências de medição de área devem começar pela utilização de unidades não padronizadas (quadrados, triângulos de papel ou espuma, folhas A4, peças de tangram…), discutindo as mais adequadas em cada situação e o seu grau de precisão. Ao nível do 1º ciclo, as tarefas com unidades não padronizadas recorrendo a materiais, são fundamentais e devem estar presentes em toda a prática curricular. No 2º ciclo este trabalho é complementado com a exploração de contextos e situações problemáticas em que uma maior formalização está presente. Em ambos os ciclos é importante a inclusão da estimação de medições de área, nomeadamente de figuras irregulares (folha de uma árvore, planta do pé) e de espaços reais do quotidiano (canteiro, sala de aula, pátio da escola).
Experiências de aprendizagem em que área e perímetro sejam trabalhados em simultâneo constituem momentos importantes de clarificação de ambos os conceitos e da necessidade de utilizar diferentes tipos de unidades consoante o atributo a medir.
A introdução de tarefas no domínio da representação ou do simbólico não deve significar que deixa de ser necessário e importante o trabalho com materiais concretos.
Algumas tarefas…   sequência de aprendizagem

Volume e Capacidade
Embora os aspectos mais formais relativos ao volume e à capacidade necessitem de uma maturação intelectual que os alunos não adquirem antes do 4º ou 5º ano de escolaridade, são muitas as ideias e os procedimentos que devem ser iniciados nos primeiros anos.
O currículo português distingue claramente o volume da capacidade, no entanto as crianças pequenas não conseguem fazer esta distinção. Assim, será adequado propor tarefas simples, utilizando materiais familiares, que facilitem o desenvolvimento de ambos os conceitos. Comparar a capacidade de recipientes com formas distintas, fazer construções variadas utilizando cubos, são exemplos de actividades simples que contribuem para a construção do percurso de aprendizagem dos alunos. Só após muitas experiências deste tipo, eles conseguirão compreender os aspectos mais formais destes conceitos. 
Algumas tarefas…
sequência de aprendizagem
construir caixas
contar cubos
investigando design de caixas
mergulhar para medir
sólidos equivalentes
sapatos e berlindes