Conferência, Francisca Branco, Barro – 08 de Março de 2018

Francisca Branco

 
Francisca Maria Branco Venâncio é natural do Porto mas tem raízes transmontanas e minhotas. Fez formação em Produção Artística, especialização em Joalharia, na Escola Artística Soares dos Reis no Porto (2010), licenciou-se em Design de Cerâmica e Vidro (2013) pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha do Instituto Politécnico de Leiria (ESAD.CR – IPLEIRIA) e é Mestre em Design de Produto (2017) pela mesma Escola. Trabalha essencialmente em torno da cerâmica, sendo o elo dos seus projetos a exploração da essência das coisas, tanto pela forma como pela matéria e função. Recentemente começou uma recolha etnográfica para aplicar como ferramenta no processo de design, de que se destaca o papel da alimentação e das memórias na construção de identidade, questões que aborda na sua investigação BARRO – Um pedaço de tempo na alimentação. Esteve presente em exposições e eventos, com outros projectos, como por exemplo, no Caldas Design Week edição 0 em 2016 e na MOLDA Bienal em 2017.
 

 

BARRO – Um pedaço de tempo na alimentação
O barro, como matéria-prima, arrasta consigo pedaços da história da nossa identidade individual e coletiva. As principais regras de comportamento foram estabelecidas no seio da família, na nossa primeira infância, e muitas delas, se não mesmo as principais, adquirimo-las à mesa, partilhando a refeição com os outros membros da família. Nestes contextos surgem os cheiros, as cores, os aromas que passaram a reconfortar-nos por nos transportarem a outros tempos, aos tempos do afeto e da alegria da infância. Alfredo Saramago pesquisou a gastronomia das principais regiões de Portugal e deixou indicações sobre a importância da história da alimentação para a construção do nosso percurso identitário, enquanto povo, apesar de todas as vicissitudes vividas no encontro com quem nos visitou, aqui se instalou, ou mesmo invadiu, pela força. A autora deste trabalho escolheu as suas raízes culturais, transmontanas e minhotas, e outra que muito admira pelo trabalho dos seus oleiros, o Alentejo, como fonte de busca e impulso para a criação de objetos de cerâmica utilitária, que sendo um apelo à memória, possam servir para o regresso do prazer em cozinhar, estar à mesa e partilhar saberes, afetos e sabores, adaptados ao viver atual.
 
 

 

Conferência – 08 de Março

Vídeo – (aqui)

 

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