Azulejaria em Portugal nos Séculos XV e XVI
Biografia do Autor:
Resumo da Monografia:
Incluído no Corpus da Azulejaria Portuguesa, este tomo refere-se à história da arte azulejar durante os séculos XV e XVI em Portugal, ou seja, aos primórdios do emprego de azulejos em território nacional. Santos Simões começa com uma introdução à temática, com indicação de bibliografia recomendada e respetiva análise crítica, e definição de terminologia utilizada no estudo da azulejaria. Segue-se uma breve referência aos azulejos arcaicos, a história da azulejaria peninsular (ligadas às artesanais de extração mourisca), a influência exterior na azulejaria dos séculos XV e XVI (azulejaria peninsular, italo-flamenga e talaverana), as composições azulejares decorrentes da estabilização da forma do azulejo num ladrilho quadrado (de “xadrez” e enxaquetadas), e a produção oficinal portuguesa no século XVI (“tapetes” ou azulejaria de padronagem, painéis historiados, e azulejos ornamentais). Segue-se o elenco, ou seja, a enumeração de núcleos de azulejos onde se registam exemplares mais representativos da época em estudo. e as estampas, terminando com os índices onomástico, topográfico e cronológico. Incluí referências às Caldas da Rainha nas p. 64 e 127, e na estampa XXVIII (Santa Catarina).
– SIMÕES, J. M. dos Santos – Azulejaria em Portugal nos séculos XV e XVI : Introdução geral. Adendas de Rafael Caldado e José Meco; il. Emílio Guerra de Oliveira; fotografias do autor e do Estúdio Mário Novais. 2ª ed. atual. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1990. [6], 197, [2] p. (Corpus da Azulejaria Portuguesa. 3). ISBN 972-678-024-1
Santos Simões e o Museu do Azulejo:
Santos Simões foi uma peça fundamental para a constituição do Museu Nacional do Azulejo. Para entendermos a sua importância, teremos de recuar às suas primeiras interações com o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), instituição responsável pelo Museu do Azulejo até à sua emancipação em 1980. Entre 1944-45, Santos Simões foi convidado a colaborar com o Centro de Estudos de Arte e Museologia do MNAA para estudar os azulejos desse núcleo museológico, onde também apresentou comunicações sobre Azulejaria. Escreveu para o Boletim do museu um artigo com os resultados desse estudo, Considerações sobre a colecção de azulejaria do Museu Nacional de Arte Antiga em 1947. Nesse mesmo ano, organizou a VIª Exposição Temporária – Azulejos (patente de 1 de março a 1 de julho). Além de ter sido também responsável pela elaboração do catálogo, no dia 3 de março apresentou a conferência Panorama do Azulejo em Portugal. Simultaneamente, Santos Simões começou a colaborar com o MNAA na qualidade de conservador-ajudante, prestando apoio à coleção de cerâmica em 1957. Entre 1957-58, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, foram realizadas as primeiras obras de cariz museológico no antigo Convento da Madre de Deus, para a realização de uma exposição comemorativa por ocasião do V Centenário do Nascimento da Rainha D. Leonor. Por despacho ministerial de homologação no dia 12 de novembro de 1957, ficou determinado a sua integração no Museu Nacional de Arte Antiga através de orientações políticas específicas de salvaguarda patrimonial. Terminada a exposição, os edifícios do convento foram entregues à tutela daquele museu, tendo sido logo levantada a questão de aproveitamento dos espaços para a instalação de um Museu do Azulejo. Santos Simões foi responsável pela montagem e organização dos azulejos transferidos do MNAA, para a nova Secção de Cerâmica do Museu Nacional de Arte Antiga, em funcionamento desde 1959. No âmbito da criação do Museu do Azulejo, Santos Simões redigiu vários documentos: Museu do Azulejo: Proposta para a sua creação (1960), Adaptação dos Edifícios do antigo convento da Madre de Deus a Museu de Azulejaria (1960), Da exposição temporária de azulejaria ao Museu do Azulejo (1945-1961) (1962) e Da montagem e apresentação museológica de azulejos (1962). No dia 18 de novembro de 1963 foi nomeado conservador-ajudante do Museu Nacional de Arte Antiga. Finalmente, em 1965, foi fundado o Museu do Azulejo, na parte dada como montada no Convento da Madre de Deus, sendo Santos Simões nomeado o seu primeiro diretor, embora funcionando como anexo do MNAA, nos termos do Decreto-Lei nª 46758, de 18 de dezembro. Pelo Decreto-Lei nª 404/80, de 26 de setembro, o Museu recebe a sua emancipação, tornando-se Nacional e autónomo do MNAA.