Apresentação

A evolução das sociedades modernas está sustentada na (sobre)valorização da produtividade e da competitividade, na esfera pública, mantendo as tarefas reprodutivas na invisibilidade da esfera privada. Simultaneamente, o culto da beleza e da vitalidade, habitualmente associadas à juventude, alia-se à desvalorização dos que perdem (ou nunca tiveram) funcionalidade, dos que dependem de outros para realizarem as atividades básicas de vida diária ou para manterem o seu bem-estar físico e emocional.

A fragilidade e a vulnerabilidade fazem parte da condição humana e podem surgir em qualquer idade ou circunstância. Valorizar os cuidados e reconhecer que devem ser prestados com competência e humanidade, implica valorizar e defender a dignidade dos cuidadores e dos que deles precisam.

A prestação de cuidados coloca enormes desafios a todos os envolvidos, seja em contextos informais ou formais. Reforçar os valores da solidariedade e da entreajuda, nos processos e contextos educativos, é essencial para que haja reconhecimento e respeito pela singularidade das necessidades humanas e para o desenvolvimento de uma consciência cidadã, que não menospreze os que precisam de algum tipo de apoio. Simultaneamente, é premente que se aposte no treino de competências técnicas e humanas em diversas áreas formativas, em particular as sociais e da saúde.