Conferência, Ana Lisboa e Sara Silva, Natural Cooler – 15 de Março de 2018

Ana Lisboa e sara silva

Ana Lisboa, natural de Leiria é licenciada em Design Industrial pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha do Instituto Politécnico de Leiria (ESAD.CR – IPLEIRIA) (2017) e frequenta atualmente o Mestrado em Design de Produto na mesma escola. Na fase final dos estudos de licenciatura realizou um semestre, no programa Erasmus+ na UNIBZ (Free University of Bozen-Bolzano), onde criou o projeto “Natural Cooler” em parceria com Sara Silva. Exerce profissionalmente funções nas áreas do design de comunicação e do marketing digital.

Sara Silva, natural de Vila Real é licenciada em Design Industrial pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha do Instituto Politécnico de Leiria (ESAD.CR – IPLEIRIA) (2017) e frequenta atualmente o Mestrado em Design de Produto na mesma escola. No seu percurso académico frequentou os cursos de licenciatura em Arquitetura Paisagista e Comunicação e Multimédia, ambos na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Durante a sua licenciatura em Design Industrial, trabalhou com vários tipos de materiais, nomeadamente madeira, metal, cerâmica, tecidos e plásticos, adquirindo habilidades básicas sobre as tecnologias associadas aos processos de cada material. Tem interesse pela investigação sobre a interação dos produtos com os respetivos desempenhos funcionais e procura criar o equilíbrio entre um bom conceito e a utilidade do produto. Tenta encarar a realidade dos problemas ecológicos com bastante atenção e perante este enigma procura formas de resolver situações melhorando o seu design.

 

Natural Cooler

Com preocupações de caráter ambiental, este projeto parte da motivação de desenvolver um sistema/produto de refrigeração ecológico, de fácil uso e aplicação universal, dirigindo-se tanto aos países industrializados, como aos países em desenvolvimento. Este produto tem como base de inspiração, o armazenamento e refrigeração de água em recipientes de barro, uma técnica em que o ar depositado na porosidade da matéria cerâmica dificulta a transferência de calor entre a água e o meio ambiente. A água ao escoar através da
porosidade do material, chega à superfície externa do produto, onde evapora, promovendo a refrigeração interna do sistema.
A proposta deste novo produto para refrigerar alimentos convida à redução das dimensões dos frigoríficos convencionais, ou mesmo à sua substituição por outros frigoríficos mais pequenos, com impacto ambiental favorável pela redução do consumo energético, contribuindo, portanto, para a adoção de soluções mais ecológicas de refrigeração. Nalguns contextos previsíveis próprios de certos países em fase de desenvolvimento, esta solução, para além da vantagem associada ao caráter ambiental, oferece alternativas simples de refrigeração para vários alimentos com impactos social e económico importantes.
O funcionamento deste produto constituído por três recipientes colocados uns dentro dos outros e produzidos em barro vermelho, matéria-prima altamente disponível e de muito baixo custo, faz-se pela utilização de diferentes materiais no espaço deixado livre entre os vários vasos. O recipiente central disponibiliza o espaço vazio para colocar os alimentos a refrigerar e conta com uma tampa para maior isolamento deste vaso. Entre este e o recipiente intermédio é colocada água e areia; e entre o recipiente intermédio e o exterior de maior diâmetro propõe-se a colocação de terra onde podem inclusivamente ser plantadas certas plantas nomeadamente aromáticas. A água líquida e a água na fase de vapor resultante do processo de evaporação transitam do interior do sistema para o exterior nomeadamente através da porosidade característica deste tipo de material cerâmico, humedecendo a terra colocada no vaso exterior, criando um ambiente favorável para as plantas que aí foram enraizadas.
A temperatura interna do sistema de refrigeração pode atingir valores da ordem dos 25% a 40% da temperatura externa do ar. Esta diminuição da temperatura permite prolongar a vida útil dos alimentos em cerca de dez vezes mais do que sem refrigeração.

 

Conferência – 15 de Março

Vídeo – (aqui)

 

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