Núcleo 4 – As novas Escolas: CENCAL, ESAD, IP Tomar

As novas Escolas: CENCAL, ESAD, IP Tomar

 

Este núcleo é constituído pelos espécimes bibliográficos que deram entrada nos primórdios das bibliotecas ou centros de recursos do CENCAL, da ESAD e do Instituto Politécnico de Tomar. Perante a dificuldade de rastrear a data de aquisição de algumas obras, estabeleceu-se a regra de só admitir à exposição edições anteriores a 1990. Estas obras e seus adquirentes sinalizam a entrada de novas modalidades e níveis de formação na cerâmica portuguesa.

As décadas de 80 e 90 do século passado foram palco de uma reforma do modelo de formação e ensino técnico e profissional, abrangendo tanto a formação em alternância como a formação contínua, instituindo diversos tipos de certificação (escolar e profissional) e originando um sub-sistema de ensino superior de vocação predominantemente técnica, o Ensino Superior Politécnico.

O Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica das Rainha (CENCAL) foi criado em finais de 1981, sendo seus outorgantes o Estado, através de um organismo denominado Fundo de Desenvolvimento da Mão de Obra, e duas associações empresarias, uma regional, formada por empresas das Caldas da Rainha e Oeste, e outra nacional, mas de âmbito sectorial (a Associação Industrial de Cerâmica, futura Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e Cristalaria).

O CENCAL encontrou forte inspiração para o seu modelo pedagógico e técnico no Licée de Métiers de la Céramique Longchamp “Henri Moisand”, situado em Longchamp, que, em 1978, se tinha convertido em liceu de ensino profissional, ministrando o ensino de modelação e decoração cerâmica, proporcionando formações em artes aplicadas e prestando apoio laboratorial a empresas cerâmicas da região.

A partir de 1985, ano em que se dotou de instalações próprias, o CENCAL adopta um dispositivo de formação que visa incentivar e apoiar as empresas, designadamente da faiança e da cerâmica de construção, a adoptar outros factores de competitividade como os que decorrem da incorporação de valor pela via do design, do uso de novas tecnologias, nomeadamente as que implicavam o recurso a computadores, da formação profissional dos seus trabalhadores. Paralelamente, o CENCAL cria um Laboratório, entidade prestadora de apoio técnico às empresas e certificadora dos produtos cerâmicos que se destinam a mercados muito exigentes, como os mercados europeu e norte-americano.

Tanto as actividades de formação, como o Laboratório, se apoiam numa sistemática produção de manuais e na aquisição de bibliografia especializada. Deve dizer-se que entre 1988 e 1998, o CENCAL assegurou também a publicação regular de uma revista, Cerâmicas, um estímulo e um contribuinte para o crescimento do centro de recursos documentais e bibliográficos.

Em 1987, os dirigentes do CENCAL empenharam-se no processo de criação duma unidade de ensino politécnico, a futura  Escola Superior de Artes e Design, para o qual convergiram também um foco centrado no ensino das artes plásticas e outro atraído pela problemática da formação de professores de Educação Visual.

No debate gerado entre 1987 e 1989, ano em que a ESAD recebeu luz verde institucional para iniciar a sua actividade, algumas destas valências foram reformuladas ou saíram de cena (foi o caso da formação de professores de Educação Visual), mas a formação de profissionais em artes plásticas, em design (nas modalidades de design industrial e de comunicação e de cerâmica) viriam a ser consagradas.

Escrevia-se no preâmbulo do Decreto-Lei nº 45/88, publicado no Diário da República de 14/12/1988 que criou a ESAD: “São manifestas as necessidades de formação a nível superior sentidas pela indústria nacional no domínio da cerâmica, pelo que a criação da Escola Superior de Arte e Design de Caldas da Rainha constitui prolongamento e saída adequada a alunos habilitados com o curso técnico-profissional de cerâmica que se ministra nas Caldas da Rainha – na Escola Secundária de Rafael Bordalo Pinheiro -, no Porto – na Escola Secundária de Soares dos Reis – e em Lisboa – na Escola de António Arroio”.

A nova escola iniciou as suas actividade lectivas em 1990, com um Curso de Bacharelato em Design e Tecnologia para a Cerâmica, o qual seria mais tarde convertido no actual Curso de Licenciatura em Design de Produto – Cerâmica e Vidro.

Embora criado em 1973, o processo de instalação do Instituto Politécnico de Tomar só se concretizaria a partir de 1982, iniciando os seus cursos em 1986.

A cerâmica surgiu como uma das valências centrais do Curso de Estudos Especializados em Arte, Arqueologia e Restauro, em 1988. Este Curso deu origem, após a reforma de Bolonha, ao Curso de Licenciatura em Conservação e Restauro.

 

CENCAL

 

CENCAL

 

Cerâmicas : Revista Trimestral de Cerâmica artística, técnica, industrial e artesanal. Dir. Alberto Faria Frasco Ano I, nº 2 (Março 1989). Caldas da Rainha: Cencal – Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica, 1989

 

Escola Superior de Artes de Design das Caldas da Rainha

 

Oficina da Escola Superior de Artes de Design das Caldas da Rainha

 

Instituto Politécnico Tomar – Laboratório de Restauro

 

QUEIRÓS, José – Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos. Lisboa: Peres-Artes Gráfica, 1987. 514 p.

 

Espécies Bibliográficas:

CENCAL:

1 – CHITI, Jorge Fernandez – Manual de esmaltes cerâmicos : Tomo 1. 2ª ed. ampl. Buenos Aires: Ediciones Condorhuasi, cop. 1981. 254 p.

2 – SHAW, Kenneth – Ciencia para ceramistas y esmaltadores. Sargadelos: Ediciones del Castro, 1974. 222 p. (Cuadernos del Seminario de Estudios Cerámicos de Sargadelos. 6). ISBN 84-300-6019-7

3 – KRAUSE, Eberhard – Le sechage en ceramique : Principes & techniques. Paris: Editions Septima, 1977. xxiii,251 p. (Manuels de technologie de ceramique industrielle). Tradução da 2ª edição alemã e adaptada pelo Serviço de Documentação da Sociedade Francesa de Cerâmica

4 – GIPPINI, Enrique – Pastas cerâmicas. Madrid: Instituto Eduardo Torroja de la Construccion et del Cemento, 1979. 259 p. Obra publicada com o alto patrocínio da Sociedade Espanhola de Cerâmica. ISBN 84-7292-297-9

5 – RHODES, Daniel – Clay and glazes for the potter. 2ª ed. London: A & C Black, [1988]. xx, 331 p. Informação de data recuperada a partir do ISBN nos sites worldcat.org e isbnsearch.org. ISBN 0-7136-3007-8

6 – HALD, Peder – Técnica de la Cerámica. 3ª ed. Barcelona: Ediciones Omega, cop. 1977. 319 p. ISBN 84-282-0365-2

7 – SOCIETÀ ITALIANA PER LA CERAMICA-ASSICERAM – La smaltatura: delle piastrelle di cerâmica. 1ª ed. reimpr. Faenza: Faenza Editrice, 1983. viii, 276 p.

8 – SINGER, Felix; SINGER, Sonja S. – Ceramica Industrial : Principios generales de la fabrication de ceramica. Bilbao: Urmo, 1979. 766 p. (Enciclopedia de la Quimica Industrial. 9). ISBN 84-314-0177-x

9 – SINGER, Felix; SINGER, Sonja S. – Ceramica Industrial : Procesos de la fabricacion de ceramica. Bilbao: Urmo, 1979. 485 p. (Enciclopedia de la Quimica Industrial. 10). ISBN 84-314-0178-8

10 – SINGER, Felix; SINGER, Sonja S. – Ceramica Industrial : Procesos de la fabricacion de ceramica [sic]. Bilbao: Urmo, 1979. 405 p. (Enciclopedia de la Quimica Industrial. 11). Complemento de título errado – Productos ceramicos. ISBN 84-314-0179-6

11 – MCNAMARA, Edward P.; DULBERG, Irving – Fundamentals of ceramics. 2ª ed. Pennsylvania: State College, 1953. x, 382 p. Em colaboração com a Mineral Industries Extension Services da School of Mineral Industries (Pennsylvania State University)

12 – MCNAMARA, Edward P. – Ceramics : III. Clay Products and Whiteware. Pennsylvania: State College, 1948. viii, 536 p. Em colaboração com a Mineral Industries Extension Services da School of Mineral Industries (Pennsylvania State University)

13 – WANG, Franklin F. Y., ed. lit. – Ceramic fabrication processes. Orlando [etc.]: Academic Press, cop. 1976. xx, 379 p. (Treatise on Materials Science and Technology. 9). ISBN 0-12-341809-7

14 – NORTON, F. H. – Elements of ceramics. 2ª ed. Reading, Massachusetts: Addison-Wesley Publishing Company, 1974. viii, 311 p. ISBN 0-201-05306-3

15 – MILANI, Marcelino – Manual do Técnico em Cerâmica. Santo André, São Paulo: Editora Técnica Piping, 1978. [6], 134 p.

16 – Cerâmicas : Revista Trimestral de Cerâmica artística, técnica, industrial e artesanal. Dir. Alberto Faria Frasco. Ano I, nº 1 (Dezembro 1988). Caldas da Rainha: Cencal – Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica, 1988

17 – Cerâmicas : Revista Trimestral de Cerâmica artística, técnica, industrial e artesanal. Dir. Alberto Faria Frasco Ano I, nº 2 (Março 1989). Caldas da Rainha: Cencal – Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica, 1989

18 – Cerâmicas : Revista Trimestral de Cerâmica artística, técnica, industrial e artesanal. Dir. Alberto Faria Frasco Ano II, nº 7 (Julho 1990). Caldas da Rainha: Cencal – Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica, 1990

 

ESAD.CR:

19 – SILVA, F. Lencart – Os materiais cerâmicos. In UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO – Ciência e Tecnologia dos Materiais. [S.l.]: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 1988. p. 501-548

20 – BRUGUERA, Jordi – Manual prático de cerâmica. Barcelona: Ediciones Omega, cop. 1986. xvi, 335 p. ISBN 84-282-0755-0

21 – Introdução à Ciência e Tecnologia dos Materiais Cerâmicos : segundo as aulas do Prof. Lopes Baptista e do Dr. Darlindo Lucas. [Aveiro: Universidade. Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro, 1990]. 124 p.

 

IPT:

22 – SIMÕES, J. M. dos Santos – Azulejaria em Portugal nos séculos XV e XVI : Introdução geral. Adendas de Rafael Caldado e José Meco; il. Emílio Guerra de Oliveira; fotografias do autor e do Estúdio Mário Novais. 2ª ed. atual. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1990. [6], 197, [2] p. (Corpus da Azulejaria Portuguesa. 3). ISBN 972-678-024-1

23 – SIMÕES, J. M. dos Santos – Azulejaria em Portugal no século XVII : Tipologia. Desenhos e aguarelas de Emílio Guerra Oliveira. 2ªed. revista e atualizada. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997. 240 p. (Corpus da Azulejaria Portuguesa. 4)

24 – SIMÕES, J. M. dos Santos – Azulejaria em Portugal no século XVII : Elenco. Fotografias do autor, Estúdio Mário Novais e Teófilo Rego; il. Emílio Guerra; direção da produção da 2ª ed. José António Flores; fotografias adicionais Luís Filipe Oliveira. 2ªed. revista e atualizada. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997. 333 p. (Corpus da Azulejaria Portuguesa. 5)

25 – SIMÕES, J. M. dos Santos – Azulejaria em Portugal no século XVIII. Apresentação José de Azeredo Perdigão; prefácio Artur Nobre de Gusmão; il. Emílio Guerra de Oliveira; rev. Flávio Gonçalves. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1979. 535 p. (Corpus da Azulejaria Portuguesa. 6). Com fotografias do autor, do Prof. Robert C. Smith, dos Estúdios: Mário Novais, Teófilo Rego e Foto-Baía, além das cedidas pelo Museu de Arte Antiga, Lisboa, Museu Machado de Castro, Câmara Municipal de Lisboa e pelo Dr. Luís Augusto Pinto Garcia

26 – QUEIRÓS, José – Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos. Lisboa: Peres-Artes Gráfica, 1987. 514 p.

27 – WILLIAMS, Nigel – Porcelain : repair and restoration. London: British Museum Publications, 1983. 144 p. ISBN 0-7141-8051-3

 

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