A apresentadora
Marta Zefanias Sitoe
(Universidade Eduardo Mondlane; CELGA-ILTEC, Universidade de Coimbra)
Nota biográfica
É doutoranda em Linguística do Português na Universidade de Coimbra e mestre Linguística Aplicada ao Ensino do Português como Língua não Materna. É docente de Português na Universidade Eduardo Mondlane, membro da equipa de investigadores da Cátedra de Português Língua Segunda e Língua e Estrangeira e colaboradora do Centro de Estudos em Linguística Geral e Aplicada da Universidade de Coimbra. Lecciona disciplinas relacionadas com a escrita académica e a gramática do português. O seu trabalho de investigação insere-se no campo da Linguística Aplicada, especificamente nas áreas do discurso académico e da didáctica da escrita.
A apresentação
Título
O ensaio nas práticas textuais académicas em Moçambique: (im)possibilidades de identificação de parâmetros do género
Resumo
O trabalho que se apresenta nesta comunicação insere-se num estudo mais vasto desenvolvido com o objetivo de compreender as implicações da utilização do ensaio como recurso didático. O estudo envolveu, entre outros aspetos, a definição do modelo didático de género (De Pietro, Erard & Kaneman-Pougatch, 1996/1997, conforme citado em Jorge, 2019), processo que implicou a revisão de trabalhos centrados na descrição do ensaio (Adorno, 1994; Campos, 2015; Campos & Gomes, 2016; Paviani, 2009; Pena, 2005) e a análise de textos que, na formação sociodiscursiva académica em causa, são classificados como ensaios. Presidiram à construção do modelo didático do ensaio não só tornar visíveis as dimensões constitutivas do “género” e selecionar as que podiam ser ensinadas no contexto-alvo (Machado & Cristóvão, 2006), como também compreender as propriedades linguísticas que manifestam os textos classificados como ensaios na esfera académica em Moçambique, para, a partir daí, procurar identificar os aspetos linguísticos e contextuais passíveis de serem tomados como parâmetros do género (Coutinho, 2007). O propósito desta comunicação é precisamente partilhar e colocar em discussão as constatações feitas e ilações tiradas desta experiência.
Referências bibliográficas
Adorno, T. W. (1994). O ensaio como forma. Sociologia. Ática.
Campos, M. (2015). Manual de redacção científica: ensaio acadêmico, relatório de experimento e artigo científico. Mariana: edição de autor.
Campos, M. & Gomes, N. (2016). A introdução do género textual ensaio académico como atividade de escrita na Faculdade Presidente Antônio Carlos de Mariana: Estudo de caso. In Fundação Presidente Antônio Carlos (Eds.), Direito: atualidade e ensino (pp. 5-68). FUPAC-Mariana.
Coutinho, M. A. (2007). Descrever géneros de texto: Resistências e Estratégias. Diacrítica, 21(1). 639-647.
Jorge, N. (2019). A exposição oral no 5.º ano de escolaridade – relato de percurso didático [Paper presentation]. 13.º ENAPP – Percursos da interdisciplinaridade em português: dos projetos às práticas, Leiria.
Paviani, J. (2009). O ensaio como gênero textual [Paper presentation]. V Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros Textuais – O Ensino em Foco, 1-6. RS: Caxias do Sul.
Pena, E. B. F. (2005). Artigo e ensaio científicos: dois gêneros e uma só forma? Gêneros textuais, acontecimento e memória. (Master´s thesis, Universidade Federal de Minas Gerais) – FALE- UFMG, 2005. Repositório Institucional da UFMG. https://repositorio.ufmg.br/community-list.